sábado, 3 de fevereiro de 2007

Quando é que há vida?

Estamos a 8 dias do 2.º referendo sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez e infelizmente continuamos a ouvir, tanto da parte do SIM como do NÃO, argumentos que roçam um extremismo desnecessário e por vezes arrogante, hipócrita e totalmente desnecessário.
Neste referendo como nos que Portugal tiveram há alguns anos há uma grande interrogação. É o referendo vinculativo em caso de votação inferior a 50% dos inscritos?
O Eng.º Sócrates diz que sim, mas com muita sinceridade não sei se é da sua competência considerar o referendo vinculativo ou não, pois o mesmo foi proposto na Assembleia da República e convocado pelo Sr. Presidente da República, a quem devia a responsabilidade de se pronunciar sobre o vinculo ou não do mesmo em caso de votação inferior aos 50%.
Portanto fico sobressaltado por não saber em que circunstâncias o meu voto será vinculativo ou não.
Como estamos a votar uma questão sensivel e que se utiliza argumentos do tipo assassino(a), seria importante e vital sabermos quando é que somos considerados seres humanos. O nosso BI identifica-nos o dia em que saimos de dentro do melhor ser humano que existe - A nossa MÃE (É legitimo/natural dois Homens ou duas Mulheres adoptarem uma criança?).
Embora haja por ai muitos BI´s que tenham dia de nascimento diferente daquele que efectivamente foi, por razões conhecidas de todos.
Julgo que é reconhecido por todos, os que defendem o SIM e os que defendem o NÃO que a partir duma certa data, somos seres humanos dentro da barriga da nossa mãe. Então:
Quando é que há vida?
Naturalmente só a comunidade cientifica pode dalguma forma discutir e chegar a uma conclusão universal. E só após essa conclusão eu tenho um dos principais dados para decidir se devo ou não votar o tempo que a pergunta refere (10 semanas).
Posto isto e como não tenho identificado a idade em que somos para a Humanidade seres humanos, não tenho bases cientificamente correctas, para discutir nada de nada sobre a interrupção voluntária da gravidez.
Assim sendo, como é que vou ser a favor ou contra a despenalização da interrupção voluntária da gravidez às 10 semanas?
Porque não às 10 semanas e 1 dia?
Porque não às 10 semans e 2 dias?
Alguém me consegue explicar porque é que uma mulher que aborta às 10 semanas não tem penalização e às 10 semanas e um dia vai parar à prisão. Bem no futuro teremos que ver em que data e hora foi a ejaculação.
É sem dúvida uma matéria sensivel e que não deve ser colocado do ponto de vista económico, nem do ponto de vista da simplicidade com que uma Mulher pode interromper a sua gravidez. Onde é que está a opção do Pai?
A discussão continua, mas infelizmente parece que mais uma vez tenho que votar Não. Não voto NÃO apenas por votar, voto não porque se votasse SIM poderia estar a participar num crime e estaria a condicionar os direitos dos Homens numa decisão.
Sou defensor de uma educação sexual cada vez mais activa e eficiente junto de todos, Homens, Mulheres, Jovens. De uma maior informação. De um maior planeamento.

Defendo que interrupção voluntária da gravidez apenas e só em casos extremos, como por exemplo má formação do feto ou violação.

Uma Mulher sofre quando engravida sem planear, mas não seria conveniente que essa Mulher pensasse duas vezes antes da "cambalhota", do prazer? Ou preferimos que se simplifique o processo de interrupção voluntária para mais cabalhotas à vontade?

Infelizmente os argumentos actuais do SIM não me convencem.

Mas também, não tendo qualquer formação juridica, entendo que a pergunta em causa é discriminatória dos Direitos constitucionalmente adquiridos pelos Homens, pois discrimina-os nesta opção de Interrupção Voluntária da Gravidez, deixando a decisão apenas e só em poder da Mulher.

Sabia que hoje é (03/02/2007):

  1. Em 1488 Bartolomeu Dias, navegador português, dobra o Cabo da Boa Esperança e atinge Angra dos Vaqueiros, tornando-se o primeiro europeu a alcançar a costa meridional de África.
  2. Em 1966 Primeira aterragem assistida, na Lua, da sonda soviética Luna IX.
  3. Em 1480 nasceu Fernão de Magalhães, navegador português.
  4. Em 1948 nasceu D. Ximenes Belo, bispo de Díli.

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