sábado, 12 de fevereiro de 2011

Nómadas

Um dos muitos textos que estão atrasadíssimos.
Texto publicado no jornal "O Almeirinense" de 15 de Outubro de 2010 n.º 983
Nómadas
O Presidente francês Sarkozy numa medida que gerou, gera e gerará ainda muita controvérsia, expulsou milhares de pessoas de etnia cigana, alguns dos quais nem nos seus países de origem são bem regressados como acontece na periferia da capital da Bulgária Sófia. "Ninguém quer ter ciganos em sua rua. Isso desvaloriza o preço de um apartamento e aumenta o risco de roubos", disse Momchil, um morador de Sófia.
Importa destacar que o problema com esta etnia tem duas faces. Primeiro o problema desta etnia de origem nacional a segunda de origem migratória.
França combateu o problema de origem migratória. Portugal não tem (ainda) um problema com esta comunidade emigrada de outros países. Ainda não é visível a nível nacional, mas já podemos a nível local encontrar aqui e ali fenómenos que nos preocupam. O sentimento generalizado em ambos os casos enraizado chega a roçar o ódio para com este povo com tradições que muitas vezes não compreendemos por fugirem aos padrões civilizacionais da nossa sociedade.
Até ao dia 5 de Novembro de 2010, Portugal foi convidado a pronunciar-se sobre o que acontece na cidade de Beja em que um muro de dois metros foi construído de forma a separar cidadãos de origem cigana da cidade.
Muitos exemplos se poderiam dar sobre problemas raciais entre uma civilização ocidental com padrões de vida que não se coadunam com comportamentos diários desta comunidade.
Em Portugal há uma forte implementação desta comunidade em certos locais e o concelho de Almeirim é um que começa a ter o fenómeno com origem nacional e origem estrangeira. Não querendo fazer futurologia, mas se rapidamente não houver medidas condizentes, tanto a nível nacional como a nível local, podemos ter problemas com esta comunidade e que não está isento o problema nacional que todos sofremos na pele, de pagar impostos, mantendo-se esta comunidade como beneficiária dos Euros (socráticos) através do RSI.
Numa decisão sem precedentes e com uma boa razão para ter acontecido a CM de Almeirim decidiu nomear uma Vereadora para o pelouro da Imigração.
Passado quase um ano, é-me completamente desconhecido, que o executivo camarário do município de Almeirim tenha tomado alguma medida ou que esteja em vias de ser tomada no âmbito da migração, onde se insere a problemática.
A expulsão ou a segregação racial pode ser combatida mas nunca de forma individualizada. Só os órgãos institucionais com poder democrático podem de uma forma ponderada, com meios próprios e com eficácia resolver um problema que mais tarde ou mais cedo chegará a Portugal, apesar do fenómeno ser Europeu, chegando ao ponto da principal cantora cigana búlgara Anita Kristi afirmar: "A expulsão dos ciganos de um país europeu para outro país europeu é o primeiro sinal real de um colapso da União Europeia"
Existe em Portugal um exemplo de integração que valeria todos Nós estudar-mos como um case study de sucesso. A CM de Coimbra tem um programa de reintegração social de membros de etnia cigana.
Três notas finais:
1. Fiquei deveras comovido com as palavras do deputado da Assembleia da república, do PS Ricardo Gonçalves ao Correio da Manhã “Se abrissem a cantina da Assembleia da República à noite, eu ia lá jantar. Eu e muitos outros deputados da província. Quase não temos dinheiro para comer.
2. O Prazo Médio de Pagamentos da Câmara Municipal de Almeirim é segundo a Direcção Geral das autarquias locais inferior a noventa dias. Excelente!
3. O Orçamento de Estado vai ser apresentado dia 15 de Outubro de 2010. Com ele vem cortes nos salários, aumento de IVA, redução disto e daquilo, enfim uma série de reduções. Tudo isto porque o Estado gastava (gasta) mais do que recebia(e). Imagine a cena no âmbito familiar. Que diriam os filhos? Será que não diriam algo como “-O meu pai foi incompetente!”. Talvez sim talvez não

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Voto(ei) em Branco

Texto publicado no jornal "O Almeirinense" de 01 de Fevereiro de 2011 n.º 990
Voto(ei) em Branco
Muito já se tem falado e escrito sobre os votos BRANCOS nas eleições nacionais. As eleições Presidenciais de 23 de Janeiro de 2011, tiveram um número de votos brancos em termos absolutos e percentuais dos maiores de sempre da nossa curta história democrática.
Até ao momento (faltava ainda a contagem em 11 consulados) 191 159 ou seja 4,26% dos VOTANTES usaram o seu direito constitucional de votar e, supostamente, transformaram o seu acto em palavras tão simples como estas: “Não me revejo com nenhum dos candidatos” ou “Não houve nenhum dos seis candidatos que me tenha seduzido a votar nele” ou “Quero com o exercício de cidadania expressar o meu mais profundo descontentamento sobre o actual estado do País”.
O voto em Branco para esta eleição presidencial não confere nenhuma vantagem privilegiada, pois se conferisse as eleições Presidências de Janeiro de 2011 estariam no limiar de uma segunda volta. As contas são simples e advém da própria Constituição que diz no artigo 126.º número 1:
“Será eleito Presidente da República o candidato que obtiver mais de metade dos votos validamente expresso, não se considerando como tal os votos em Branco”
Caso os votos bancos entrassem numa contagem final, o candidato vencedor teria pouco mais de 50% dos votos e por conseguinte estaríamos no tal limiar de segunda volta.
Como cidadão entendo que é tempo de uma profunda e demorada reflexão sobre este voto de protesto. A influência/utilidade do voto em BRANCO deverá existir para que possa estar consagrado (a sua utilidade) em todas as eleições nacionais de modo a que não mantenhamos discursos hipócritas de altos dirigentes de Partidos Políticos que dizem e repetem à inúmeras eleições que a abstenção é preocupante e merece reflexão e neste momento reproduzem o mesmo tipo de som, mas em vez de ser em cassete ou disco, fazem-no em CD.
A sua utilidade/contabilização nas eleições provocariam necessariamente que o cidadão comum viesse a ter maior interesse em que a sua abstenção se transformasse em voto branco, provocando que a qualidade dos “actores” políticos crescesse exponencialmente.
Hoje a criação da figura da petição está vulgarizada, mas uma petição para discutir a inclusão da utilidade do voto branco no acto eleitoral terá o meu apoio e a minha contribuição cívica.
A democracia não está em risco mas temos sérios problemas em manter este “tipo” de democracia que dá ao meu voto em Branco inutilidade.
Notas finais:
1.º Há cerca de um ano o actual Presidente da República promulgou a legislação que permite o casamento por pessoas do mesmo sexo. Sócrates vangloriou-se de Portugal e considerou uma medida de um País progressista, moderno e desenvolvido. Será que este homem terá a mesma posição da posição que o Governo suíço pretende adoptar em alterar o Código Penal suíço para que deixe de ser crime as relações consentidas entre país e filhos e entre irmãos, desde que todos eles sejam maiores de idade. Passo a passo para onde caminha esta sociedade dita civilizada?
2.º Em 1980 o endividamento de Portugal era de 2 367,6 Mil Milhões de Euros, em 1983 era de 6 519,1 Mil Milhões de Euros, em 1985 era de 18 843,5 Mil Milhões de Euros, em 1995 era de 52 488,8 Mil Milhões de Euros, em 2005 era de 101 758 Mil Milhões de Euros, descubra em 2010 de quanto era? (dados retirados da revista Visão e fonte IGCP – Instituto de Gestão de Tesouraria e do Crédito Público). Dá que pensar.
3.º A Internet está na berra. O facebook é uma rede social viciante ao ponto de uma Norte Americana poder vir a ser condenada a 43 anos de prisão por ter deixado o seu filho de 13 meses a tomar banho enquanto jogava Café Worl nesta rede social.