sábado, 14 de abril de 2012

A Democracia da proporcionalidade

Jornal Expresso, 14 de Abril de 2012, Primeiro Caderno, página 9 de Fernando Madrinha:
"Quando se candidatou a líder do CDS, em 1992, Manuel Monteiro enfrentou resistências que nada tinham a ver com a sua capacidade política, mas pesavam muito num partido conservador e até então apenas chefiado por académicos ilustres. Monteiro não era sequer licenciado. Esta semana, completou o doutoramento na Universidade Lusíada.
A sua tese, defendida com convicção e segurança durante quatro horas ininterruptas, é dedicada ao recenseamento eleitoral, propondo o agora doutor que ele deve ser voluntário e que o número de eleitos deve ficar dependente do número de votantes. Se, por exemplo, votarem para o Parlamento 60% dos recenseados serão eleitos apenas 60% dos deputados previstos.
A tese foi tão elogiada quanto contestada, mas o júri não lhe negou mérito: 18 valores, com distinção e louvor, tudo por unanimidade. Na hora de receber os aplausos e lembrando-se, porventura, de quanto tentaram diminui-lo como líder por causa das habilitações académicas. Manuel Monteiro deve ter sentido o conforto de quem acertava contas com o passado."
Esta noticia/opinião tem a importância que tem, mas não deixa de estar em linha com o que defendo.
Talvez desta forma a democracia fosse mais participativa e os políticos tivessem o julgamento da sua actuação desde o principio da sua actividade.
Pessoalmente iria mais longe, defendendo que todos os cidadãos fossem recenseados de forma automática aquando da celebração do 16.º ano e no local onde consta a morada do Cartão de Cidadão.
Como reagiriam os partidos à eleição de apenas 50% dos 230 deputados?
Como reagiriam os partidos à eleição de apenas 50% duma Assembleia Municipal de 19 deputados?