- Será que há liberdade de imprensa local?
- O que pode colocar em causa a liberdade de imprensa local?
Para qualquer destas questões, é subjectivo dizer se há ou não e o que pode ou não colocar em causa.
O Sindicato dos jornalistas em 27 de maio de 2020, alerta para conteúdos que ameaçam a independência da imprensa regional. Esta preocupação decorre da redução das receitas originada pela pandemia COVID-19 em que: "... algumas Câmaras acordaram com as direções dos órgãos de informação locais uma contrapartida em forma de “conteúdos jornalísticos”, num registo que facilmente se pode tornar promíscuo, dependente e pouco ético."
No caso concreto do concelho de Almeirim, verifica-se que a contratação do Município de Almeirim mantém anualmente uma: "Prestação de serviços de publicações no jornal "O Almeirinense"".
Estes valores contrastam com o de 2018 no valor de 6.000€ (mais IVA), o que significou que entre 2018 para 2019 tenha existido um aumento de 50%.
Para um jornal com tiragem de 1.800 exemplares e custo de assinatura anual (13€/nacional e 18€/estrangeiro), a receita de 9.900€ (mais IVA) é uma considerável contratação/ajuda financeira que já decorre há muitos anos.
Mas, porque é que uma autarquia precisa de contratar publicações destes valores? Mas, que tipo de publicações quinzenais são estas?
Há muitas razões para que uma empresa, um negócio, uma Instituição contratem publicidade.
Contratar publicidade ou contratar publicações, podem ser encaradas como a mesma coisa, mas é credível que juridicamente sejam diferentes.
Não, não me parece que haja jornalismo local livre e apolítico condizente com o código deontológico.